Monday, 01 de September de 2025
19°

Tempo limpo

Baixo Guandu, ES

Cidades Aimorés

Sete funcionários em condições análoga a escravidão que eram chicoteados e ameaçados são resgatados em Aimorés-MG

“Eles nos relataram que frequentemente sofriam castigos físicos por parte do capataz e de sua esposa, por meio de chicotadas”,

31/01/2025 às 20h20 Atualizada em 06/02/2025 às 13h35
Por: H7 Notícias
Compartilhe:
Sete funcionários em condições análoga a escravidão que eram chicoteados e ameaçados são resgatados em Aimorés-MG

Uma operação resgatou sete pessoas de condições análogas às de escravo em uma fazenda de café na cidade de Aimorés (MG). As vítimas eram exploradas por conta de sua dependência em drogas, trabalhando para pagar dívidas de crack e álcool contraídas com o capataz da fazenda. Também eram alvo de chicotadas.

Faça parte do nosso grupo de Informações do WhatsApp clicando aqui

“Eles nos relataram que frequentemente sofriam castigos físicos por parte do capataz e de sua esposa, por meio de chicotadas”, afirma Rodrigo de Carvalho, coordenador da operação que contou com a participação da Inspeção do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Estadual e da Polícia Militar. Ele e seus colegas estavam há mais de um ano sem receber dinheiro algum na fazenda Centenário.

Relatos das vítimas apontam para um quadro de servidão por dívida, um dos elementos que constituem as condições análogas às de escravo, de acordo com o artigo 149 do Código Penal. Normalmente, em casos assim, o endividamento fraudulento ocorre cobrando-se por botas, ferramentas de trabalho e produtos de higiene pessoal valores acima do que é praticado no comércio.

O capataz da fazenda, contudo, vendia psicoativos, como crack, maconha e bebidas alcoólicas aos trabalhadores – que se mantinham presos pela dívida e presos pela dependência com as drogas.

“Eles estavam presos pelo vício. E não podiam sair, porque se tentassem, eram ameaçados de morte”, afirma Carvalho. Os empregados afirmaram que os patrões faziam questão de mostrar que andavam armados.

A dependência era tamanha que, durante a fiscalização, os trabalhadores pediram para usar os produtos porque não estavam aguentando a abstinência.

Havia também um local usado para rituais onde foi identificado um crânio. “Os trabalhadores disseram que eram agredidos a qualquer momento, mesmo durante os rituais”, afirmou o coordenador da ação.

As vítimas estavam alojadas em três casas sem condições de higiene e segurança. Em uma delas, um empregado dormia junto com agrotóxicos usados na produção. As necessidades fisiológicas eram feitas no mato. Não havia fornecimento de equipamentos de proteção individual.

Diante da fiscalização, os empregadores que não tiveram os nomes revelados aceitaram pagar os salários e direitos atrasados, verbas rescisórias e providenciar alimentação e transporte para que os trabalhadores voltassem para as suas casas. Ao todo, foram pagos R$ 75 mil. Todos terão acesso a três parcelas de seguro-desemprego garantidas aos libertados do trabalho escravo.

O advogado dos empregadores afirmou que não iriam se posicionar. Afirmou, contudo, eles não entendem o caso como sendo de condição análoga à de escravo.

Relatos de que as condições se repetiam em outra propriedade dos mesmos empregadores levaram a Inspeção do Trabalho, o Ministério do Trabalho e a Polícia Rodoviária Federal a uma fazenda no município de Brejetuba (ES). No local, verificaram que o alojamento havia sido esvaziado, provavelmente após a primeira fiscalização.

Encontraram apenas um casal de trabalhadores. O marido estava aposentado, mas não recebia nada. Segundo a fiscalização, o representante do empregador teria dito que seu cliente “tomava conta” do dinheiro do funcionário sob a justificativa de que ele era analfabeto e não saberia mexer com números.

FONTE E FOTO: https://reporterbrasil.org.br/

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários